
Confesso que não aprecio ter um dia dedicado ao meu género. Mas não deixo de compreender o que devo a todas aquelas que nele estão simbolizadas.
Enquanto necessitarmos dele - e ainda necessitamos -, pois que não esqueçamos a história que lhe está ligada, nem o nome daquelas a quem o devemos.
Fui uma privilegiada por ter podido ter uma bolsa e tirado um curso superior. Fui privilegiada por ter tido a capacidade de me ter tornado a sua melhor aluna. Fui privilegiada por ter tido quem me oferecesse trabalho antes de o ter terminado. Fui e sou uma privilegiada por continuar a ter trabalho, ter saúde e ser independente.
Mas paguei todos estes privilégios duramente, trabalhando em dois empregos das 7h da manhã à meia noite, ajudando o Pai dos meus filhos a fazer um doutoramento que eu tive de postergar para mais tarde e dando aos meus filhos tudo o que de melhor lhes podia oferecer no domínio da educação e da cultura. Ambos corresponderam e até nisso fui privilegiada.
Por tudo isto o dia de amanhã dedico-o a todas aquelas que não puderam, não souberam ou não tiveram as minhas chances. O dia é delas e para elas!
HSC